O trabalho de Neuza Petti já tem a característica que possibilita identificá-lo entre muitos. Neuza trabalha com grandes zonas brancas. Vai preenchendo estas zonas mediante a delimitação do campo, em linhas diagonais. A definição da área possibilita e determina a geração de formas, com injunções figurativas e com traços fortes. Tendo como parâmetro a margem do papel, suas pinceladas são traçadas com densidade, fazendo com que as cores e o desenho nasçam do fundo do suporte para a luz. Com nuances de vermelhos, azuis e amarelos, Neuza Petti consegue líricas transparências.
Elvira Vernaschi - DESENHOS & aquarelas. Apresentação de Elvira Vernaschi. São Paulo: Centro Cultural São Paulo, 1987
Nas obras de Neuza Petti a cor transforma-se em ilusão, mas também espaço vivo, preenchido com a exaltação das conotações imaginativas, enquanto a mão firme guia o traçado da forma. O campo vital ou seja a imagem, passa a ser de naturalístico, em mental; mas a presença das coisas não é mais, como nos expressionistas abstratos, uma sombra meramente emotivo-psíquica, mas o sinal de uma ordem que de interna se faz externa. Estamos frente a uma pintura nítida, precisa, embora sempre pronta a deslanchar, fremente de luz e envolvida no que chamaríamos de uma atmosfera/cor.
Emanuel von Lauenstein Massarani PETTI, Neuza. Neuza Petti. São Paulo: Espaço Cultural Chap Chap, 1990. , il. color